sábado, 6 de setembro de 2014

Bodas de Madeira da Confraria Gastronômica do Barão de Gourmandise

Hoje o dia é de festa! Esta Confraria celebra cinco anos de existência. E eu, celebro bodas de madeira com ela.


A simbologia da madeira é muito forte. Inicialmente, quando se pensa em madeira, se projeta a imagem de árvores frondosas com troncos fortes, mas a simbologia vai além.
Florestas são consideradas reservatórios de vida e sabedoria, são locais de meditação, adoração, de purificação e de reencontro coma essência. Geralmente há uma arvore, que se destaca dentre outras, e ela torna-se a anciã, cheia de sabedoria, de poder. Bosques eram “sagrados”, na Antiguidade, sendo dedicados a deuses cujas arvores de diferentes espécies os personificava. E ainda existe a filomancia, estudo capaz de prever o futuro através dos sons que as árvores e folhas fazem com o rajar dos ventos. 


A madeira ainda representa calor, energia sexual e criatividade. Tais características foram adquiridas com as mitológicas ninfas gregas que habitavam árvores e plantas, fecundando a natureza. Madeira também serve pra espantar coisas ruins. Quem nunca “bateu na madeira” para afastar maus pensamentos? Essa superstição oriunda da antiga tradição de se invocar o espírito de uma árvore para se ter boa sorte.
Por essa simbologia, a madeira se faz presente hoje nessas bodas, com todos os seus significados fortalecendo e evoluindo este espaço de guarda-memória, fortalecendo também quem aqui  vem beber
A madeira é um de nossos recursos naturais mais preciosos. Ela representa força, solidez, vida e sabedoria. O quinto aniversário é um marco em qualquer casamento. É o primeiro quinquênio de muitos outros. Com cinco anos a relação entre marido e mulher é, sem dúvida, mais sólida e forte, como resultado de um crescimento conjunto! Símbolo certo para a ocasião certa, como todos os outros!
Outro episódio simbólico envolve árvores, e um dos mais bonitos que eu, particularmente, conheço a história de um iluminado.

O nascimento de Buda
Bodhgaya ou Bodh Gaya, na Índia, é um dos locais mais sagrados do Budismo, por ser o lugar Sidarta Gautama, alcançou a iluminação por volta do século V a.C. São quatro os principais lugares ligados a Buda Gautama: Lumbini, local onde ele nasceu; Bodhgaya, local onde ele alcançou a iluminação; Sarnath, local de seu primeiro sermão; Kushinara, local onde ele morreu. Porém Bodhgaya é considerado o mais sagrado desses quatro locais por ser onde o o Príncipe Sidarta Gautama alcançou sua iluminação espiritual. Depois de 49 dias e 49 noites em meditação; Desde então, ele passou a ser chamado de Buda, termo derivado do sânscrito, que significa “desperto, iluminado, o que sabe”. Ele é conhecido no Budismo como Buda Gautama ou Buda Sakyamuni, o Iluminado da tribo dos Shakya.

Bodgaya
Reza a lenda que em Bodhgaya , Buda se iluminou sob uma figueira, e ali foi construído um santuário, chamado de Animisalocana Cetiya. O local passou a ser chamado de Bodhgaya e, desde então, é visitado, principalmente, por seguidores do Budismo. A figueira sob a qual Sidarta se iluminou é chamada de Árvore Bodhi.

A Figueira Sagrada, a árvore de Bodhi

A atual figueira sagrada em Bodhgaya, uma descendente da figueira original (Internet)
A figueira original sob a qual Gautama se iluminou já não existe. Em seu lugar foi plantada outra originária de uma muda de uma figueira (Sri Maha Bodhi) do Sri Lanka, que se originou da Árvore Bodhi sob a qual Buda se iluminou.


O rei Asoka, que reinou de 273 a 232 a.C., foi o primeiro soberano indiano a se converter ao Budismo e tornou-se um grande propagador da religião pela Ásia. Ele tinha reverência especial pela Árvore Bodhi. Todos os anos, no mês de kattika, ele promovia uma festividade em reverência ao que essa árvore significava. Entretanto, segundo se conta, a rainha de Asoka, sua esposa, num momento de raiva do marido, mandou envenenar a figueira que tanto seu marido estimava. A árvore quase morreu, mas renasceu. Depois disso, por precaução, Asoka mandou respeitosamente plantar mudas da Árvore de Bodhi no Sri Lanka e em outros locais.
Na cidade de Anandabodhi, existe outra figueira derivada da original, cujo plantio foi autorizado pelo próprio Buda a seu discípulo Ananda. São figueiras consideradas sagradas assim como a original. Lamentavelmente, a Árvore Bodhi original foi arrancada pelo Rei Pusyamitra Sunga, no século II a.C. Uma muda de uma das árvores derivadas da original foi plantada no local e cresceu, mas foi arrancada pelo Rei Shashanka por volta do ano 600 d.C. As figueiras que foram plantadas em substituição às arrancadas são de figueiras descentes diretamente da original. 

Os monges budistas recebendo ensinamentos na figueira sagrada
A atual Árvore Bodhi de Bodhgaya é de uma muda da do Sri Lanka, e cresce firme e protegida. Essa Árvore Bodhi está bem ao lado do atual Templo Mahabodhi, bem no local onde Buda Gautama se iluminou. Em 2002, o Templo Mahabodhi tornou-se um Patrimônio da Humanidade, pela UNESCO.
As arvores estariam ligada a Buda noutro episódio crucial, o de sua morte. Aos oitenta anos, acometido por uma doença possivelmente ocasionada pela ingestão de comida envenenada. Muito ruim e percebendo a iminência da morte Buda pediu que fosse colocado  sob a copa de duas arvores .As últimas palavras que dirigiu aos discípulos, foram: "O fim e inerente a todos os seres! Procurem a sua salvação com persistência!"
A lenda budista afirma que as duas arvores sala gêmeas transformaram-se em flores, desabrochando fora da estação. Houve uma chuva de flores e pó de sândalo, que cobriram todo o corpo de Buda, e a música celeste soou pelos ares...


A beleza da representatividade desse episódio é muito significativa pra mim. Permite que eu deseje a iluminação e coisas boas para todos nós, amigos leitores. Agradeço a todos que dedicam parte do seu tempo para ler o que eu escrevo aqui; agradeço aqueles que, vez por outra, se incomodam com o que leem e me escrevem xingando; agradeço pela oportunidade de adquirir conhecimento e de transmiti-lo
Abaixo fica um bolo de figos com vinho madeira, representando toda a simbologia desta data. Prepare enquanto ouve a canção inspirado no fim desta postagem. Eque a evolução, a iluminação seja uma constante em nossas vidas, e que possamos estar sempre produzindo boas coisas para chegarmos a iluminação. Obrigado.

Bolo de figo com vinho madeira

5 ovos
500 gr de açúcar
150 gr de manteiga
1/2 xicara de óleo
2 cálices de vinho madeira
1 xícara de leite
250 gr de figo seco triturado grosseiramente
2 colheres de chá de fermento
450 gr de farinha
1 frasco de 250 gr de doce de uva

Preparo: Batem-se as gemas com o açúcar e a manteiga. Adiciona-se o figo triturado e bate-se mais um bocado. Junta-se o doce de uva, o vinho madeira, a farinha e o fermento aos poucos, o óleo e o leite. Assar por aproximadamente uma hora em forno preaquecido a 180 graus.

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