segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Colemono ou Cola de mono – bebida típica no natal dos chilenos


Bebidas são assuntos importantes nas festas natalinas. E inovar com elas é sempre tarefa difícil, sobretudo por que as pessoas preferem bebidas práticas. Nesse sentido, hoje apresento um drinque chileno muito comum na época navideña, como dizem por lá: el Cola de mono.


O colemono ou cola de mono é um coquetel feito com aguardente, leite, café, açúcar e especiarias (opcionalmente: canela, anis, cravo, baunilha e casca de laranja). É típico da gastronomia Chilena, sendo muito consumido durante o Natal e Ano Novo, muitas vezes acompanhado de pan de Pascua.
Na origem de seu nome, existem várias teorias: Uma delas refere-se a algumas garrafas de anís del Mono, cujo rótulo mostrava um macaco com uma cauda longa (Cola de mono).


Outra versão aponta para o uso político da palavra "cola", em alusão a um candidato que perdeu uma eleição. Uma anedota conta que ocorreu durante a campanha presidencial de 1901, quando Pedro Montt foi derrotado por Germán Riesco, cujos seguidores teriam ido comemorar a vitória e a "cola de Montt" em uma sorveteria na rua San Pablo. O proprietário do lugar teria servido a sua especialidade, consistindo em adicionar aguardente aos sorvetes de café com leite já derretidos. O nome da bebida, batizada na ocasião como "cola de Montt", " adulteraram, graças à malícia popular, para "cola de Mono".


No entanto, a teoria que teve maior aceitação está relacionada com o presidente Pedro Montt, apelidado de El Mono Montt pelos íntimos. Em certa ocasião Montt, sendo Presidente do Chile, disfrutava com seus amigos se uma noite em Filomena Cortés e suas quatro filhas, havia solicitado pistola do tipo Colt antes de retirar-se. Como chovia torrencialmente e ninguém queria que o presidente se fosse. Daí argumentaram não encontrar a Colt e o convenceram-no a continuar na festa. Como se haviam acabado os vinhos e os licores, adicionaram aguardente e açúcar a uma jarra de café com leite. A bebida, que teve grande sucesso, foi batizada como Colt de Montt (aludindo à questão da pistola). O nome Colt Montt, acabou se popularizado, adulterando-se em "col e mon", "colemono" e finalmente "cola de mono".


Em seu Diccionario de Chilenismos y otras voces y locuciones viciosas, Manuel Antonio Román atribue ao ponche no leite o nome de Cola de Mono, pela sua cor café escuro. Alguns relatórios indicam que esta preparação foi embalada e vendida em garrafas de Anis del Mono, provenientes da Espanha, muito popular na América, e cujo rótulo mostrava um macaco com a cauda longa. No entanto, a maioria das versões ligam seu nome e origem à figura de Pedro Montt, a quem seus íntimos chamaram de "Mono Montt".
Don Eugenio Pereira Salas, em "Apuntes para la historia de la cocina chilena", apresenta a Juana Flores como inventora da cola de mono que até recentemente manteve sua venda em San Diego. Outros afirmam que foi justamente o marido dela quem criou a bebida, e que ficava irritado quando o chamavam de Cola de Mono e não de "Colemono", como o teria ele batizado.


É uma bebida fácil e pode ser feita com bourbon, rum, tequila e vodka para aqueles que não conseguem ter o pisco. A coisa mais próxima é com o vodka. Qualquer aguardente serve, há também que sugira o preparo com grapa argentina ou italiana, conhaque, e mesmo fazer uma versão sem álcool,  para crianças. Pode ser servida com gelo, principalmente se pensando nos países tropicais, mas acho que isso é menos comum do que encontrar a versão simples da bebida apenas polvilhada com um toque de canela no momento de servir.
A semelhança de Cola de mono com outras bebidas lácteas nos países vizinhos sugere que a evolução da bebida pode ser rastreada, podendo ser comparada com a rompope da América Central, a salcaja da Guatemala e o coquito de Porto Rico. Há algumas sugestões de que a bebida foi trazida para lá pelos espanhóis, mas parece mais provável que tenha viajado para o sul da América do Norte, onde a eggnog era abundante (já falamos dela AQUI).
O Rompope, por exemplo, foi fabricado pela primeira vez no México no século 17 por freiras no convento de Santa Clara em Puebla. O convento frequentemente recebia e entretinha dignitários locais e visitantes, e assim não teria sido incomum misturar uma bebida tão rica para seus convidados. Aparentemente, às vezes as freiras podiam participar de sua própria fermentação caseira, que continha gemas de ovos, leite, conhaque e especiarias.


Com a prevalência da produção leiteira no Novo Mundo, ingredientes como ovos e leite eram de menos luxo do que haviam sido nas antigas casas europeias dos colonizadores. Isso explica de que forma esse tipo de ponche veio parar novas colônias – sem contar que os aguardentes produzidos na região eram muito mais baratos que vinhos e cerveja importados.
Aproveite que se trata de uma receita fácil e prepare para surpreender seus convidados nos eventos natalinos. 

Cola de mono tradicional

1 litro de leite
300 ml de pisco ou outro aguardente (use uma boa vodka se não tiver pisco)
2 gemas
3 cravos da índia
1 pau de canela com cerca de 6 cm de comprimento
3 colheres de sopa de café instantâneo (use o Nescafé)
1/3 xícara de açúcar granulado
1 colher de chá de essência de baunilha

Preparo: Em uma panela média, coloque o leite, cravo e canela. Coloque no fogo a fogo de médio para alto. Fique de olho nisso porque o leite sobe facilmente. Quando o leite já estiver quente, tire um pouco e dissolva o café nele, devolva tudo para a panela e continue aquecendo e mexendo de vez em quando. Em uma tigela média, bata as gemas com o açúcar até que se misture bem, um minuto com um garfo. Uma vez que o leite esteja fervendo, abaixe o fogo ao mínimo e remova uma porção de leite quente e adicione a mistura de gemas, batendo sempre. Devolva tudo a panela e continue aquecendo e mexendo até ficar espesso. Cerca de mais 5 minutos. Deixe esfriar e adicione a baunilha e o pisco (ou a aguardente). Experimente e ajuste o açúcar e o pisco a gosto. Mantenha refrigerado por até 10-12 dias.

COLEMONO com leite condensado

1 lata de leite condensado
1 medida de late lata de leite
3 colheres de sobremesa de Nescafé
2 unidades de canela em pau
5 unidades de cravos da índia
2 colheres de sopa de açúcar
11/2 latas de rum (medida do leite condensado)


Preparo: Numa panela ferva o leite com o Nescafé, a canela, o açúcar e o cravo. Deixe esfriar. No liquidificador bata o leite condensado com o leite com café, já aromatizado e o rum. Sirva gelado. 

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